"Matar não quer dizer a gente pegar o revólver de Buck Jones e fazer bum! Não é isso. A gente mata no coração. Vai deixando de querer bem. E um dia a pessoa morreu."
No momento: apaixonadíssima pela linda obra de José Mauro de Vasconcelos que é "O Meu Pé de Laranja Lima". E conta a história de Zezé, um menino de quase 6 anos muito curioso, inteligente, traquineiro e carente. Zezé é de uma família muito pobre, tem vários irmãos e passa muitas dificuldades por causa de sua pobreza, com tudo isso ainda consegue extrair de pequenos momentos grandes alegrias. Zezé apanha de seus pais e irmãos por causa de tudo o que apronta e as vezes, incompreendido, acredita que viver em alguns momentos é o mesmo que sentir dor, e diz preferir morrer do que viver. Mesmo com tudo o que acontece e faz de errado é comovente ver uma criança sendo maltratada ao invés de receber amor e carinho dos pais.
Mas apesar da pouca idade Zezé tem maturidade o suficiente pra enfrentar as dificuldades e tudo o que acontece a sua volta. Depois de mudar para outra casa menor porque os pais não tinham mais condições de manter o aluguel, Zezé escolhe um Pé de Laranja Lima que o chama de "Minguinho ou Xururuca" ao qual diz ser amigo e conta todas as sua alegrias e tristezas.
Zezé aprendeu muita coisa sozinho, uma delas, aprendeu a ler, dizia que era "precoce" uma das palavras que aprendeu com o tio Edmundo, um velho sábio que se divertia muito com a precocidade de Zezé. Tanto que pra entrar na escola ele mentiu sobre a idade pra poder começar a estudar, tinha uma professora não tão bonita mas era muito bondosa.
Um certo dia, de maneira inesperada Zezé conhece o Português da vizinhança ao qual chama de "Portuga" e que fez crescer uma amizade profunda e verdadeira, apesar do conflito que fez os dois se conhecerem. O Portuga fica cada vez mais encantado com o tamanho da imaginação de Zezé, e sensibilizado com a história, e o que acontece dentro de casa com ele. Desde então, o Portuga ganha um grande papel na vida do Zezé (...)
Todo mundo precisa ler esse livro, até quem não gosta de ler passa a gostar, várias vezes pensei que estivesse bem ao lado de Zezé, ele conta a história em primeira pessoa e talvez tenha sido esse o motivo de me sentir tão próxima dele. Como pode uma criança de apenas 5 anos ter pensamentos tão lindos e profundos?
É impressionante como um livro publicado originalmente em 1968 permanece tão atual.
Senti a curiosidade de saber o que havia no meu pé de laranja lima porque todo mundo falava desse livro e eu confesso que ele nunca me chamou atenção, mas a curiosidade... ah meu caro, essa eu tenho até demais KKKKKKKKKKKKKK. A história me lembrou um pouco "O Pequeno Príncipe" pelo fato de Zezé ser tão curioso e fazer tantas perguntas.
Com certeza é um livro de cabeceira pra vida toda. ♥
Recomendo esse livro até pra quem não tem o hábito de ler porque a leitura te sequestra do início ao fim.
OBS: Chorei vários baldes.